A verdade. Nada mais que a verdade

Hoje, 24 de Julho de 2014, é um dos dias mais felizes da minha vida!

Detiveram o ladrão.

Finalmente.

É esta a cara do homem que me roubou. (Fotografia retirada do Económico Online)
É esta a cara do homem que me roubou. (Fotografia retirada do Económico Online)

Ricardo Salgado foi detido

Ex-presidente executivo do BES vai ser ouvido esta manha no Tribunal Central de Instrução Criminal

 

Segundo o Correio da Manhã, o ex-presidente executivo do BES foi detido esta manhã na sua casa, no Estoril. Ricardo Salgado vai ser ouvido em tribunal a partir das 10h, uma detenção que vem no seguimento de buscas efectuadas ontem a várias entidades do Banco Espírito Santo. Recorde-se que esta operação está ligada ao maior esquema de fraude fiscal e branqueamento de capitais alguma vez detectada no país.

A história que fui contando e denunciando neste blog nos links que se seguem. Parte dela está escondida. Fui obrigada a tal. Mas a gaveta vai abrir-se.

em 13/12/2011: https://outofworld.wordpress.com/2011/12/13/sou-vermelha/

em 27/12/2011: https://outofworld.wordpress.com/2011/12/27/2012-esta-quaase-a-chegar/

em 05/01/2012: https://outofworld.wordpress.com/2012/01/05/perpetuas-ligacoes-perigosas/

em 03/04/2012: https://outofworld.wordpress.com/2012/04/03/o-verdadeiro-artista/

em 12/04/2012: https://outofworld.wordpress.com/2012/04/12/risota/

em 25/05/2012: https://outofworld.wordpress.com/2012/05/25/sem-tempero/

em 5/12/2012: https://outofworld.wordpress.com/2012/12/05/e-isto/

em 13/12/2012: https://outofworld.wordpress.com/2012/12/13/3-coisas-deste-dia-3/

em 16/01/2013: https://outofworld.wordpress.com/2013/01/16/a-taxa-e-a-sobretaxa-sao-extraordinarias/ (2º parágrafo)

em 27/01/2013: https://outofworld.wordpress.com/2013/01/27/125-milhoes-de-euros/

em 20/03/2013: https://outofworld.wordpress.com/2013/03/20/tudo-pelo-divino-espirito-santo/

em 25/03/2014: https://outofworld.wordpress.com/2014/03/25/a-cancao-do-bandido/

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em 19 de Julho de 2014: Mais um Senhor Documento de Pedro Santos Guerreiro

em 24 de Julho de 2014: Carlos Tavares: Venda de papel comercial com base em “informação não verdadeira” terá “consequências” 

em 24 de Julho de 2014: A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) comunicou à Justiça portuguesa indícios de crimes no Grupo Espírito Santo nos últimos anos (2008-2014)

Outros nomes do BES a reter:

JOAO GOMES DA SILVA (BES-DAJ)
FRANCISCO VIEIRA DA CRUZ (BES-DAJ),
MIGUEL COSTA SANTOS (BES-DCS-Direcção)
ANA PAULA GOMES (BES-DCS-DIR. REG. 360 LISBOA)

 

Quem é Carlos Alexandre, o homem que deteve Ricardo Salgado?

 

Nota: Este post poderá ser actualizado.

 

 

 

Sweets for my sweets

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O docinho é feito com farinha Custard que encontrei numa prateleira de uma daquelas lojinhas tutti-frutti da Ilha do Sal, um produto importado naturalmente, com legendagem em francês e a que achei piada. Houve sempre na casa dos meus pais umas latas de farinha Custard que o meu pai trazia da Guiné, outros tempos, uma Guiné-Bissau onde pouco havia para comer mas onde se vendiam latas de farinha Custard provenientes de Inglaterra.

birds-tub

Toubkal

Partida, lagarta, fugida….

Jbel (Jebel) Toubkal é um pico no sudoeste de Marrocos, sendo o mais alto deste país, com a altitude de 4 167 m. É o pico mais alto da Cordilheira do Atlas e do norte de África. Situa-se a 63 km ao sul da cidade de Marrakech, no Parque Nacional de Toubkal.

A ascensão durante o verão (a partir de maio) é fácil e não exige grande domínio das técnicas de montanhismo, sendo apenas complicada pelo declive, vertentes escorregadias e enjoo de altitude. Vestes à prova de vento são obrigatórias, bem como machados quebra-gelo.

É possível subir a montanha em apenas dois dias, o primeiro até ao refúgio (cerca de sete horas sem mulas); o segundo até ao cume (cerca de cinco horas) com regresso à vila de Imlil (cinco horas).

No verão as montanhas do Atlas são secas, mas podem ocorrer tempestades. A temperatura mínima deve ser superior aos 0 °C , e a água transportada pode congelar acima dos 3500m. No inverno estão cobertas de gelo e neve e podem ocorrer avalanches. É possível esquiar no inverno nas suas encostas.

Parte da ração para o caminho Imlil – Refugio

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E cheguei lá!

a 4200 m no Pico do Toubkal - Maio 2014
a 4200 m no Pico do Toubkal – Maio 2014

não sei quê, Monteiro

Se há coisa que revela uma eficácia sem igual é a de dizer àqueles amiguinhos,  tipo ex-namorados ou coisa que o valha, fulanos daquele género que andam sempre à cata de migalhas, não sei se me faço entender, dos quais nós nem nos lembramos sequer do apelido ou mesmo do nome, e que nos telefonam um dia de surpresa com uma vozinha jovial, positiva e alegre a dizer que nos viram ontem na rua, assim ao longe que nos chamaram mas que nós nem reparámos, mas que estamos muito bem, muito bem mesmo, frisam eles, mas, dizia eu, que resulta sempre, deixá-los dizer as graçolas, agradecer polidamente e perguntar-lhes depois pelos petizes e pela mula da mulher, perdão, pela santa da gaja.

Calam-se logo ou então desejam-nos um resto de dia exceptional, como foi o caso.

Anormais!

A canção do bandido

Espanha multa BES em mais de um milhão de euros por infrações “muito graves”

bes

Trata-se de duas multas, no valor de 150.000 euros e de 960.000 euros,  pelo “incumprimento do dever de comunicação da prevenção do branqueamento  de capitais e de financiamento de terrorismo”.

Há dias em que eu me rio muito, pá!
Olhem, cantem comigo a canção do bandido: Nem 7 pragas me desviam do caminho.. na garganta sinto o click do gatilho, nas mãos de quem for atingido, se a musica é crime esta é a canção do bandido!
O Banco Verde, uma história que vem de longe...

 

Portugal no Coração

Parece que vou à televisão falar de hortas. Quando disse à minha mãe, que ainda hoje me acha uma estapafúrdia rapariga por andar a cultivar alfaces em Lisboa, para que na próxima Terça-feira, 18, me visse no programa Portugal no Coração que passa na RTP1, deu aquele estalido admirado com a língua, uma risada irónica e atirou-me com desdém um, «nunca imaginei ver uma filha a falar de hortas na televisão, ainda se fosse de outra coisa…».

Thanks mummy!

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(3ª Primavera na horta do Traje)

Coices de mulher

Disse hoje ao V. que sim, realmente estávamos mesmo casados. De calças abertas enquanto arrecadava a camisa para dentro, admirado, perguntou-me se só hoje tinha percebido essa realidade. Enquanto massajava em círculos perfeitos as covinhas abaixo dos meus olhos para espalhar o tapa-olheiras meneei a cabeça afirmativamente, só hoje tinha atestado a realidade do nosso estado. Curioso perguntou porquê. Respondi-lhe que quando uma mulher começa a dar um coice com o rabo e um encontrão com o cotovelo ao homem que tem ao lado na cama com o intuito de o acordar definitivamente do santo sono de Morfeu para que lhe desligue os 3 despertadores que tocam desenfreadamente, sinfonias de Mozart, smooth’s jazzes e uma coisa que parece um sapo aos saltos, esse casal pode considerar-se efetivamente de casamento selado.

Riu-se, com aqueles olhos lindos que me fazem abraça-lo a qualquer hora do dia.

Formatação

Agora na empresa onde trabalho há:

  • Um Código de Conduta
  • O Novo Acordo Ortográfico
  • Um Consultor de Ética
  • Um Regulamento com Normas Gráficas, Bonecada, Margens e Logótipos
  • Um Registo para Registar Queixas Internas
  • Termos de Responsabilidade por dácáquelapalha
  • Política de Impressão e Cópia
  • Regras de Publicação
  • Desinfetante para mãos nos corredores para evitar a propagação do vírus da gripe

Só não sei se terei de limpar o rabo de trás para a frente, que me dá mais jeito, ou de frente para trás, para evitar as infeções urinárias. Solicita-se normativo, por favor!

(Queixa das almas jovens censuradas – José Mário Branco)

Táxi e biscoitos

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500 g de farinha

200 g de açúcar

100 g de manteiga

raspa de uma laranja e meia

sumo de uma laranja

uma colher de sobremesa de fermento

misturam-se os sólidos, faz-se uma covita no meio e deita-se a manteiga molengona. mete-se a mão na massa, amassa-se, raspa da laranja para cima, sumo aos golinhos.

formam-se num tabuleiro bolachas, corações, bolinhas, tanto faz. pintam-se de ovo, cobrem-se de açúcar, canela, espetam-se-lhes amêndoas, nozes, pedaços de chocolate, what ever.

são bons de tasquinhar. façam-nos pequenos, comem-se bem.

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(hoje, cheia de pressa para um exame, pedi ao taxista brasileiro que me calhou em sorte, que por amor-da-santa andasse o mais rapidamente possível pois estava aflita com as horas. deu-me uma lição de moral à brasileira que com calma se vai longe e merdas deste género; aquilo irritou-me, odeio moral, moralistas e regras em geral; insultámo-nos mutuamente no táxi com aquele polimento de quem está prestes a cometer uma asneira,  disse-lhe que estavam encerradas as conversações que não queria diálogo, que não tinha tempo para conversa mole  de brasileiro, disse-me que se apanhasse um português ainda seria pior; disse-lhe que não, que somos todos iguais; disse-me que é um profissional que já estava pondo ele mal disposto, né, disse-lhe que mexesse a peida e depressa (não disse peida); finalmente chegou-me ao sítio, atirei-lhe o dinheiro para a mão, enganei-me a conferir o troco, ficou-me com 50 cêntimos, ainda bebe um estupor de um café à minha custa; fonix! cheguei antes do tempo.

está provado, quem espera nunca alcança, bem dizia o Chico)

A pele onde eu vivo

a pele

O V. enquanto faz a subida do Kili deixou-me uma pilha de DVD’s na mesinha, todos obrigatórios disse ele, entre os quais este Almodóvar que foi o último visto por ele. Fazendo uma pesquisa à filmografia do espanhol verifiquei ser realmente o penúltimo filme dele, datado de 2011 e agradavelmente recheado de um elenco de actores fétiche – Banderas, Blanca Suárez, Marisa Paredes e Concha Buika a cantar.
O filme incomoda que se farta, mas que grande filme, pega em nós, senta-nos e só nos deixa levantar no final. A Pele onde eu Vivo, tem o mais aterrador de uma crise de identidade, depois há sempre uma envolvente música bela (ouçam-na) mais uma pronúncia brasileira de um personagem qualquer e a normalidade da loucura humana exposta como poucos a sabem tratar.
V. amei.
Este post também é para lembrar que faz um ano nos casámos e só à noitinha naquele mar cor-de-laranja nos rimos a bom rir porque sem darmos conta o mundo festejava o piroso dia dos namorados.
Parabéns!

Disurbia

Disurbia demonstrates the high degree of functional decentralization that exists in contemporary cities, a decentralization that is evident in the splendor of its suburban areas.

Há gente no mundinho do trabalho que tem muito medo em não poder ir a todas as reuniões para as quais é convocado (a). Isto é, não podem ir porque foram convocados para outra em simultâneo, que raio até são pessoas importantes na hierarquia, mas têm medo, muito medo. Medo de não serem informados (as). Medo de ficarem tramados por falta de informação. Medo e incapacidade de nomear alguém que vá à reunião em vez deles. Medo que o nomeado não lhes saiba traduzir convenientemente o que se passou na reunião, medo que o dito ou dita não represente as suas pessoas com dignidade que o fulano ou fulana considera merecer. Uma fobia. Um terror. Uns empatas no  mundinho do trabalho. São os chamados centralizadores. Esta gente não é competente, embora o julguem. Se fossem competentes formavam competentemente quem trabalha com eles e confiavam nos ensinamentos dados. E eles não confiam. São até muito desconfiados, são aqueles que apontam tudo e mais um par de botas e indexam com absoluto rigor todo o correio electrónico que lhes sai e entra  da inbox. São aqueles que não sabem improvisar numa reunião, são os que se ruborizam como um adolescente tímido se confrontados à mesa de reuniões por um assertivo, são os que dizem sempre que «vão ver e depois nos respondem», são os que jogam pelo seguro para salvar a pele.

Deixo aqui algumas imagens interessantes que representam o acto de «descentralizar».

Aprendam pá, metem nojo!

A mulher da perna

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Pling-Squacrs, Pling-Squacrs, Pling-Squacrs….

À minha frente pelos corredores da estação de metropolitano por onde entro de manhã para me dirigir à cidade, surge-me por diversas vezes um vulto imponente de mulher – porte altivo, erecto, cabelo negro ondulado apanhado em rabo-de-cavalo, casaco de pele de vison comprido e farto, bota alta de salto agulha, duas muletas e uma cadência constante num andar guarnecido de dois sons diferentes que ecoam p’los túneis do subterrâneo. A persistência da sonoridade leva-me imediatamente a perscrutar a razão – descubro que são as canadianas que fazem Squacrs e uma bota que faz Pling. A mulher só tem uma perna onde usa uma bota altíssima de salto agulha com capa de metal. Tem uma dignidade de quem tem quatro e não duas. Assombrosa. Só tem uma perna. O vison mal ondula. Anda direita, sem inclinação para esquerda pró buraco onde ela falta. Desce todas as escadas do metro, direita, sóbria, sozinha, só com uma perna forrada de pelica azul clara e com duas muletas transparentes. Nunca pára nem olha pró lado em suspiros de cansaço. Anda em linhas rectas só com uma perna e um par de canadianas suspensas p’las mãos que nunca vi.

Jamais a olhei, lhe o vi o rosto. Fico esmagada pela nobreza daquele andar, só com uma perna, muito alta.