A nova Inquisição

Sou do grupo de gajas bastante violadas pelo OE 2013. Trabalho por contra de outrem, num praticamente, ambiente de funcionalismo público, sou técnica especializada há cerca de 25 anos prá mesma entidade patronal, é portanto fácil de perceber que, fui subindo na carreira porque o mereci e que ganho hoje um ordenado compatível ao esforço desenvolvido. Amealhei umas coisitas que tenho num depósito a prazo mal parido, com uma taxa miserável, numa instituição da banca comercial nacional, contraí um empréstimo para adquirir uma casa própria de 1ª e única habitação, somente por que o Excelentíssimo BCE baixou, baixou, baixou a taxa de juro ao preço da uva mijona tornando o dinheiro barato e comprar casa converteu-se no melhor investimento possível, tenho um carrito citadino de 1400 cc, nada de maculas no mal-parado, nas Finanças sou 1 titular com 2 dependentes e em 2013, sem mais nem porquê, vou ser uma das gajas que vai ser obrigada a abrir bem as perninhas para a violação mensal. No final do ano com a entrega da declaração do IRS, o ajuste de contas com o Estado vai ser em clima de orgia com sexo em grupo e, obviamente, vou ser coagida a participar. Prevejo assim que, em 2013, engrossarei as estatísticas da APAV por maus tratos físicos, violência verbal e psicológica e assédio com violação sexual. O agressor chama-se Governo de Portugal e os instrumentos de tortura usados na violência que vai praticar são: o garrote-escalão-de-IRS, o impalamento-corte-na-apresentação-despesas-educação-saúde-no-IRS, a mesa-de-evisceração-dos-28%-sobre-o-rendimento-de-capitais, o arranca-seios-do-IMI, o triturador-de-cabeças-corte-dos-subsídios-Férias-e-Natal e quem sabe lá se, não irá recorrer ao corta-joelhos-despedimento, para que a sua sede de sangue possa ficar totalmente satisfeita.

Prá puta que os pariu!